sábado, 1 de agosto de 2009

A questão da estabilidade da mente


Quando nós examinamos o ensinamento do Buda, percebemos que ele fala sobre paz, paciência, serenidade, a kshanti paramita. Quando examinamos a estrutura do pensamento do Buda, percebemos que esse passo diz respeito a liberar o praticante do domínio da cobra e do galo. A cobra é a raiva, a aversão, o ódio, o medo, e o galo é a intranqüilidade, a agitação, a atividade incessante, a aflição. Estes são os dois elementos que perturbam a serenidade do praticante. Se estes elementos simbolizados pela cobra e pelo galo estiverem presentes, inevitavelmente a paz estará perdida e a prática de meditação formal será inócua.

Quando perdemos a serenidade isso não se mostra apenas no cotidiano. Mesmo que sentemos para praticar meditação nossa mente vai girar. Experimentaremos aflição ainda que sentados na postura formal e em silêncio. Sem a serenidade, imagens surgem em nossa mente, temos impulsos de ação, surgem muitos diferentes pensamentos e prioridades.

Surgindo estas prioridades, o praticante pode cogitar que lhe falta algum ensinamento especial para que seja capaz de "controlar" sua mente. Com essa expectativa o praticante pode até desanimar, imaginar que sua prática, sem falar na vida cotidiana, estão perdidas e que nunca vencerá esse obstáculo. Há praticantes que sustentam seu esforço por longos anos, sem progresso visível, obstaculizados que estão por fatores sutis.

Outros praticantes podem substituir a agitação e a raiva pela sonolência e indolência. Em lugar da agitação, surge outro estado que também é simbolizado pela ação do galo, mas que nesse caso conecta-se com a qualidade da obtusidade mental. Dominados pela raiva, pela agitação, ou ainda pela depressão, os praticantes podem desenvolver esperança numa direção errada — podem realmente imaginar que falta alguma técnica específica em sua meditação. Podem vir a ansiar por alguma habilidade especial que aparentemente ainda não esteja presente e que seja capaz de dissipar estes obstáculos durante a própria prática formal.



sábado, 25 de outubro de 2008

Resumo da Doutrina Budista



As Quatro Nobres Verdades

1. Existe o Sofrimento. Sofrimento é: nascimento, velhice, doença, morte, estar na presença do que se detesta, estar longe do que se gosta, não obter o que se deseja, perder o que se deseja. “Sofrimento” significa a natureza insatisfatória de todas as experiências que vivemos.

2. Causas do Sofrimento. Os três venenos da mente são a causa de todo sofrimento: ignorância, desejo e aversão.

3. A Cessação do Sofrimento. Cessando os três venenos.

4. O Caminho para Cessação do Sofrimento. É o Nobre Caminho Óctuplo.


O Nobre Caminho Óctuplo

1. Compreensão Correta. Saber distinguir os nutrientes saudáveis dos não saudáveis, o pensamento errôneo do correto, a fala errônea da correta, etc. Compreender as Quatro Nobres verdades, o karma, a impermanência e o não-eu. É também uma profunda confiança no Caminho, e uma visão adequada da realidade.

2. Pensamento Correto. É o pensamento que está de acordo com a compreensão correta. Reflete a realidade das coisas, sem distorções subjetivas. É o pensamento que não provém e nem alimenta os três venenos da mente: ignorância, desejo, aversão. É cultivar uma mente de altruísmo, uma mente que busca o Caminho iluminado.

3. Fala Correta. Falar de forma calma e amorosa e ouvir com atenção e compaixão. Não mentir, caluniar, distorcer os fatos ou exagerar. Não ferir nenhum ser através de nossas palavras. Não falar inutilmente. Não semear a discórdia. Não falar mal dos outros. Nossas palavras devem sempre estar de acordo com o Caminho,devem sempre serem benéficas.

4. Ação Correta. Não-violentar; não roubar; não ter má conduta sexual; comer, beber e consumir apropriadamente.

5. Meio de Vida Correto. Encontrar uma forma de viver que não o obrigue a matar, fraudar, mentir, vender armas, drogas, bebidas ou escravos; não tirar a sorte.

6. Esforço Correto. É diligência, a perseverança no Caminho. Há quatro práticas ligadas ao esforço correto: não alimentar sementes não-sadias em nossa consciência; abandonar as sementes não-sadias já manifestas; alimentar as sementes sadias; manter as sementes sadias já manifestas. Esforço correto é abandonar a visão errônea e adotar a visão correta; abandonar o pensamento, a fala e a ação errônea e adotar o pensamento, a fala e a ação correta. Esforço correto, acima de tudo, é domar a sua mente.

7. Atenção Plena Correta. Atenção plena significa estar em pleno contato com o nosso corpo, sensações, emoções, pensamentos, formações mentais, e estados de consciência. É a prática de observar e cuidar de tudo o que aparece em nós, seja positivo ou negativo.

8. Concentração Correta. É a prática da meditação, zazen. É permanecer profundamente absorto aqui-e-agora, onde toda dualidade desaparece. A concentração correta é o resultado natural da prática dos outros itens do Caminho.Cada um dos aspectos do Caminho contém os outros sete.

Os itens 1 e 2 correspondem à Sabedoria; os itens 3, 4, 5 à Ética; e os itens 6, 7, 8 à Meditação.

Elementos Básicos do Buddhhismo·

Impermanência. Todas as coisas são impermanentes. Tudo muda o tempo todo sem parar. Nada é igual nem por um instante. Nada é estável. Um minuto atrás, nós éramos diferentes tanto física quanto mentalmente. O que nos faz sofrer não é a impermanência em si, mas o nosso desejo de que as coisas sejam permanentes enquanto elas não o são. Impermanência é movimento, é vida. As coisas só existem na sua forma e cor presentes.

·Não-eu. Nada que existe tem existência em si mesmo, separada e independente. Cada coisa precisa estar ligada com todo o universo para poder existir. Cada coisa é uma junção de elementos que não são ela mesma. Não existe nada que é separado do resto, que possa existir de forma independente e definitiva.

· Interdependência. Vazio. Nada pode existir por si só. Tudo é criado por várias condições, e todos os fenômenos estão inter-relacionados. É a Unicidade. Quem compreende profundamente esta verdade pratica a compaixão, pois vê que é um com tudo o que existe. Tal pessoa compreende um segredo da vida: que a felicidade só pode ser encontrada na compaixão e no altruísmo, e que seguir os nossos desejos egoístas só nos traz sofrimento e perturbação. A interdependência pode ser resumida no seguinte ensinamento do Buddha: “Vos ensinarei o Dharma: se isso existe, aquilo vem à existência; do surgir disso, surge aquilo; se isso não existe, aquilo não vem à existência; da cessação disto, aquilo cessa”. Todas as ondas (fenômenos) pertencem ao mesmo oceano (unidade, totalidade, verdade) da Vida.
· Karma. É a lei de causa e efeito. Construímos karma através das nossas ações de corpo, da fala e da mente. As ações virtuosas geram bons resultados e felicidade; as ações não-virtuosas geram más condições e sofrimento. A retribuição kármica se dá em três etapas do tempo: nessa mesma vida, na próxima vida, em vidas posteriores. Momento após momento nós geramos karma e criamos a nossa realidade.· Samsara. Todos os seres estão sujeitos à roda do nascimento e da morte sucessivos. O Buddhismo acredita que as energias kármicas emanadas das nossas ações boas e más geram um novo corpo e uma nova mente de acordo com a natureza dos impulsos kármicos. Samsara em sânscrito significa “perambulação”.
· Nirvana. Nirvana é a Liberdade Incondicionada. É a liberação total do sofrimento, um estado de paz inabalável e de indescritível felicidade. É um estado além de todos os conceitos.· As Três Práticas: Ética; Meditação; Sabedoria.
· Os Cinco Desejos Básicos: comida/bebida; sono; sexo; riquezas; fama.Os Três Tesouros: Buddha: O ser iluminado, ou o Absoluto; Dharma: os ensinamentos, o Caminho; Sangha: a comunidade de praticantes.
· Os Cinco Preceitos: 1. Não matar; 2. Não roubar; 3. Não mentir; 4. Não ter conduta sexual imprópria; 5. Não lidar com intoxicantes. Não seguir os preceitos não é "pecado"; é, simplesmente, ignorância. "Enquanto a má ação está verde, o perverso nela se satisfaz; mas, uma vez amadurecida, ela lhe traz frutos amargos." – Dhammapada.
· As Duas Verdades: É a verdade absoluta e a relativa. Em termos relativos, é preciso praticar para extinguir o sofrimento; em termos absolutos, não há sofrimento, nem caminho, nem realização — a onda já é a água. Absoluto e relativo se encaixam perfeitamente, e as duas verdades se complementam. Devemos viver em contato tanto com o absoluto quanto com o relativo.
As Três Qualidades do Dharma
1. Impermanência: Todas as coisas são impermanentes. Tudo muda o tempo todo sem parar. Nada é igual nem por um instante. Nada existe que possa ser considerado um eu permanente. Um minuto atrás, você era diferente do que é agora, tanto física quanto mentalmente. O que nos faz sofrer não é a impermanência em si, mas o nosso desejo de que as coisas sejam permanentes enquanto elas não o são. Impermanência é movimento, é vida.
2. Não-eu, ou Vazio: Nada que existe tem existência em si mesmo, separada e independente. Cada coisa precisa estar ligada com todo o resto para poder existir. Cada coisa é uma junção de elementos que não são ela mesma. Nada possui uma essência estável e permanente, por isso as coisas só existem assim como elas são agora. As ondas (todas as existências particulares) são manifestações passageiras do mar (o Todo, o conjunto e a fonte de todas as condições).
3. Nirvana: Nirvana é o estado de absoluta liberdade e de completo silêncio do coração, além de todos os conceitos. Literalmente nirvana significa “extinção”: extinção das nossas ilusões, desejos, e outros estados mentais negativos. O nirvana já é a base da nossa existência, a natureza búdica sempre foi o nosso verdadeiro ser. O que precisamos é nos esforçar para compreender e manifestar a nossa natureza mais profunda.
As Três Portas da Liberação
1. Vazio (Sunyata): O vazio é o Caminho do Meio entre a existência e a não-existência. Vazio significa que nada possui um eu. Quando as nossas ações emanam da consciência da natureza vazia da realidade, são ações iluminadas.
2. Ausência de Imagens (Animitta): Imagem é qualquer sinal que está na nossa consciência (sinal provindo de um dos seis sentidos). A realidade encontra-se além dos sinais. Tudo se manifesta através de imagens, mas as imagens nos enganam.
3. Ausência de Objetivo (Apranihita): Nada existe a ser feito ou realizado. A verdade mais profunda da existência é que nós já somos o todo, já somos a natureza de Buddha. Nesse sentido absoluto, nada nos falta. A ausência de objetivos é o que permite viver o momento, e ser felizes aqui e agora.
Os Quatro Pensamentos Incomensuráveis
1. Amor: é o desejo de que os outros seres sejam felizes, e a ação nesse sentido. É um sentimento incondicional, que nasce da compreensão da unidade fundamental de todas as coisas.
2. Compaixão: é o desejo de que os outros não sofram e a ação para aliviar a dor alheia. Quando entramos em contato com o sofrimento do outro, a compaixão brota em nosso coração. Para isso precisamos de atenção plena.
3. Alegria: a alegria provém naturalmente de um coração que reconhece a preciosidade que é ter nascido como um ser humano e poder praticar o Dharma.
4. Equanimidade: é o desapego aos opostos, olhá-los de forma igual. Equanimidade significa imparcialidade, não discriminação, equilíbrio mental. É não discriminar “eu” e “outros”. É permanecer imóvel ao sofrer palavras e ações injustas, e ao ouvir elogios. É não permitir que surja a irritação, a amargura, o desânimo. É experimentar todas as sensações sem deixar surgir desejo ou aversão.
Os Cinco Agregados
1. Forma (rupa): é o nosso corpo físico.
2. Sensação (vedana): elas podem ser agradáveis, desagradáveis ou neutras. Toda/s as sensações são impermanentes e sem substância (como todos os outros quatro Agregados)
3. Percepções (samja): nossas percepções são sempre distorcidas por nossas aflições mentais já presentes: o medo, o desejo, a raiva.
4. Formações Mentais (samskara): existem 51 tipos de formações mentais, e duas delas são as sensações e as percepções. Esse Quarto Agregado é composto por todas as outras 49 formações mentais. Tudo que é feito de um outro elemento é uma “formação”.
5. Consciência (vijnana): é o alicerce sobre o qual erigimos nossas formações mentais.Os Cinco Agregados não são sofrimento em si, mas produzem sofrimento ao nos apegarmos a eles.
As Seis Perfeições
1. Dana (Generosidade): é o doar, a caridade, a abertura do coração. É dar sem apego. Podemos dar coisas materiais, ensinamentos, ou a nossa presença, estabilidade e paz. Fazer algo com a consciência de seu valor absoluto também é dar.
2. Sila (Ética): é viver de acordo com os preceitos buddhistas.
3. Kshanti (Paciência): é a capacidade de tudo aceitar e de perdoar, sem rancor, as injustiças que nos foram cometidas. É alargar o nosso coração para que um punhado de sal não deixe nossa água salgada. É ser como a terra, que tudo acolhe sem reclamar ou discriminar. É absorver tudo o que nos acontece na vida. É semelhante à equanimidade.
4. Virya (Esforço): determinação, energia, perseverança. É não desanimar ou desistir. Não vacilar. Avançar sem recuar, decididamente. Nosso esforço deve ser correto, e não devemos nos apegar aos resultados.
5. Dhyana (Meditação): é a prática do zazen, a prática da atenção plena. É clarear e libertar a mente. É consumir-se por completo naquilo que se está fazendo, estando totalmente presente e consciente.
6. Prajna (Sabedoria): é a sabedoria da não-discriminação. É a capacidade de ver as coisas como elas são. Prajna Paramita é a mãe de todas as paramitas e a base de seu desenvolvimento. Prajna é a compreensão do vazio.As seis perfeições, ou paramitas são, em última análise, uma só.
As seis perfeições, ou paramitas são, em última análise, uma só.
Os Sete Fatores do Despertar
1. Atenção Plena
2. A investigação dos fenômenos
3. Esforço
4. Serenidade
5. Alegria
6. Concentração
7. Equanimidade
Buddha disse que, praticando a Atenção Plena, os Sete Fatores do Despertar se fazem presentes.
As Cinco Lembranças
1. Eu tenho a natureza daquilo que envelhece. Não há como escapar da velhice.
2. Eu tenho a natureza daquilo que adoece. Não há como escapar da doença.
3. Eu tenho a natureza daquilo que morre. Não há como escapar da morte.
4. Tudo que me é caro e todas as pessoas que amo tem a natureza daquilo que muda. Não há como não me separar deles.
5. Minhas ações de corpo, fala e mente são meus únicos pertences verdadeiros. Não há como escapar da conseqüência de minhas ações. Elas são o chão no qual eu piso.
Outros
· Os Três Mundos: passado, presente, futuro.
· Os Três Reinos: o reino dos desejos, o reino da forma, o reino da não-forma.
· Os Três Tipos de Orgulho: achar-se superior aos outros; achar-se inferior aos outros; achar-se tão bom quanto qualquer um.
· Os Quatro Tipos de Apego: apego aos prazeres dos sentidos, apego às opiniões, apego às regras e ritos, apego à noção de um "eu".
· Os Cinco Poderes: fé, esforço, atenção, concentração, sabedoria.
· Os Seis Sentidos: visão, audição, olfato, paladar, tato e mente.
· Os Seis Grandes Elementos: terra, água, ar, fogo, espaço (akasha) e consciência.
· As Oito Consciências: As cinco primeiras consciências (os cinco sentidos); manovijnana (consciência mental); manas (intelecto, consciência discriminativa); alayavijnana (consciência armazenadora, mente inconsciente).
· Os Oito Aspectos da Iluminação: livre da ganância, capacidade de satisfazer-se; quietude; esforço diligente; memória correta; concentração; sabedoria; evitar discussões à toa.
· Os Doze Elos da Originação Interdependente: ignorância (avidya); ação intencional (samskara); consciência (vijnana); nome e forma (nama rupa); os seis sentidos; contato; sensação; desejo; apego, vir-a-ser; nascimento; velhice e morte.
Por:

Giovanni Kakugen, retirado de: http://www.dharmanet.com.br/zen/resumo.htm

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Virtude

O Buda recomendou três critérios ao fazermos julgamentos morais. O primeiro podemos chamar de princípio da universalidade – agir em relação aos outros do mesmo modo que gostaríamos que eles agissem conosco. O segundo podemos chamar de princípio conseqüencial – para determinar se um comportamento é benéfico ou prejudicial é necessário avaliar as conseqüências tanto no agente como no paciente, ou seja, um comportamento que cause algum tipo de dano quer seja no agente ou no paciente deve ser evitado. O terceiro podemos chamar de princípio instrumental – um comportamento é benéfico se ele nos conduz para mais perto do objetivo ou prejudicial, se nos afasta dele. O objetivo último no Budismo é nibbana, um estado de pureza e paz mental, e tudo que conduz a esse objetivo será benéfico.
Essa abordagem utilitária em relação à ética fica ainda mais clara ao observarmos que o Buda usava com muito mais freqüência os termos ‘benéfico ou hábil’ e o seu oposto ‘prejudicial ou inábil’ no lugar de bom ou mal. Outro elemento importante na avaliação do comportamento é a intenção. Se uma ação está fundamentada em boas intenções, por exemplo, na generosidade e na compaixão, então, ela será considerada hábil. Portanto, avaliar o comportamento no Budismo requer mais do que simplesmente obedecer a certas regras ou mandamentos, exige que tenhamos plena consciência dos nossos pensamentos, palavras e ações, bem como dos nossos objetivos e aspirações.
Michael Beisert - Budismo Theravada - Cânone Pali

domingo, 28 de setembro de 2008

Vida, Morte, Sonho e Meditação: Os seis bardos

A palavra tibetana bardo refere-se aos seis estados de experiência "intermediários". Nos três primeiros — que acontecem nesta mesma vida — podemos nos preparar para a morte — quando as outras três ocorrem. A expressão tibetana kyene bardo refere-se ao estado intermediário entre o nascimento e a morte, o bardo desta vida. Dos seis bardos, este é o mais importante. É aqui que escolhemos criar felicidade — nesta vida e nas vidas futuras — e beneficiar os outros, ou escolhemos nos tornar mais afundados nos ciclos de sofrimento e causar os outros a fazer o mesmo.

O Karma
Apenas nós — e mais ninguém — determinamos se sofreremos ou se seremos felizes. A escolha entre beber veneno ou tomar remédio está em nossas próprias mãos. O remédio pode ter um gosto amargo no momento; o veneno pode até mesmo ter um sabor doce. Mas a longo prazo, o veneno apenas conduzirá ao sofrimento e o remédio a um benefício maior. Quando as pessoas sofrem, elas muitas vezes se perguntam, "O que eu fiz para merecer isto? Sou basicamente uma pessoa boa, mas as coisas continuando saindo erradas. Por quê?" Isto é porque o karma que criamos durante muitas vidas está amadurecendo agora. Quando plantamos as sementes de karma bom através de ações virtuosas, encontramos experiências afortunadas, e quando plantamos as sementes de karma ruim, encontramos experiências muito difíceis, cheias de sofrimento. Leia mais clique aqui


Preparando-nos para a Morte através dos Bardos desta Vida
Se usarmos a oportunidade permitida pelo bardo desta vida para criarmos virtude e evitar a não-virtude, podemos assegurar mais experiências afortunadas em vidas futuras e evitar sentir arrependimento na hora da morte.Dentro deste bardo há dois estados intermediários adicionais — o bardo da meditação e o bardo do sonho. Os métodos de meditação aplicados durante estes três bardos nos ajudam a derivar o maior benefício a partir dos três bardos da transmissão da morte.A morte é uma experiência muito difícil se estivermos despreparados. Leia mais clique aqui.


Prática para a Hora da Morte
A capacidade meditativa que desenvolvemos durante os três bardos da vida pode nos capacitar a usar os três bardos da morte e do processo pós-morte como portas para a iluminação. O bardo do momento da morte começa quando as condições que causarão nossa morte — por exemplo, uma doença terminal — surgem pela primeira vez e dura até que os elementos do corpo deixem de funcionar. Leia mais clique aqui


A Importância de Praticarmos Agora
A prática e preparação espirituais não são apenas para pessoas mais velhas. Uma pessoa mais jovem pode facilmente morrer por causa de um grande número de causas, antes de morrer uma pessoa mais velha e terminantemente doente. Nenhum de nós sabe quando morreremos. Não temos tempo para nos atrasar pensando, "Treinarei minha mente e farei minha prática espiritual no mês que vem ou no ano que vem". Leia mais clique aqui


Fonte: http://www.dharmanet.com.br/vajrayana/vida.htm
Ensinamento dado por Chagdud Tulku Rinpoche, traduzido por Lisa Leghorn em Seattle, Washington, em novembro de 1994. Possam todos os seres se beneficiar!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A Lenda do Monge e do Escorpião

Monge e discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio. Foi então a margem tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou. Voltou o monge e juntou-se aos discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.

- Mestre, deve estar doendo muito! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda! Picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão!

O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu:

- Ele agiu conforme sua natureza, e eu de acordo com a minha.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ignorância é desconhecer a natureza da Mente

A ausência de entendimento da mente é a ignorância. Em oposição ao entendimento da luminosidade e vazio, temos o "ego", o "outro" e os "objetos". Isto é ignorância. Assim, temos a visão distorcida e pervertida da realidade. É devido à ignorância (eu e outro, coisas), que originam-se os demais venenos, raiva-ódio e desejo-apego. O apego a eu, meu e coisas-minhas leva à agressão aos outros lá fora. Este é o mundo pelo qual a mente funciona. A mente apegada e os objetos são o mesmo. Chama-se de dupla fixação dualística a noção de ego próprio e ego dos outros e das coisas.
Usualmente, a mente é internamente influenciada e condicionada por estes três venenos. Assim vivemos.
Somos cativados magicamente por estas três tendências. Assim nossa mente opera, e assim subjuga nosso corpo, gestos e fala à escravidão. Deste modo, nosso corpo, mente e fala capitulam aos três venenos, havendo a expansão destas ações e energias-de-hábito. Isto é o que se diz não ter controle sobre nossa mente.
Ter controle é reconhecer a natureza da nossa mente que fica sempre ocupada em nossas tendências habituais.
Esta é a transcrição da terceira palestra proferida por Sua Eminência Jamgon Kongtrul Rinpoche III no Rio de Janeiro, clique aqui e veja o texto completo.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Notas sobre a palestra “Conselhos para os casais”

Mais de 80 pessoas foram ver o Lama Padma Samten (Alfredo Aveline) falar sobre relacionamentos no CEBB SP, quinta-feira passada
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Somos seres livres com predisposições e características flutuantes. Se nossa união se baseia nesses aspectos, corremos o risco de não mais agir de certo modo e ter de ouvir de nosso parceiro: “Mas eu me casei com você só por isso!”
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Todas as características do outro vem com um prazo de validade que nunca olhamos.
Sem o mínimo de estabilidade interna, nós sempre seremos movidos pelos outros.
O lama sugere a prática da meditação de Metta Bhavana (bhavana é “cultivo” e “metta” significa “amor”). Olhar cada ser com as seguintes aspirações: que ele possa encontrar a felicidade e as causas da felicidade, que ele possa se livrar do sofrimento e de suas causas, que ele se libere de seus condicionamentos, que olhe com lucidez para tudo e que possa trazer muitos benefícios aos seres ao seu redor.
...

Leia a Nota de Gustavo Gitti na integra, clique aqui

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Prática da Lua Cheia - meado de cada mês - CEBB/SSA


Na tradição tibetana a noite de lua cheia é tida como uma ocasião onde os efeitos positivos e negativos de nossas ações são potencializados. Desta forma, torna-se uma data extremamente auspiciosa para a prática e meditação budistas.
As praticas de Lua Cheia focam nas dez qualidades positivas, como forma diferente de prestar benefícios.
É uma prática muito especial voltada a eliminar obstáculos e trazer benefícios a todos os seres.

O que é um Mantra?

“Um mantra não é nem uma "palavra mágica" nem um "encantamento". é um instrumento da representação e concentração mentais e por isso um recurso do poder mental (mas não de forças sobrenaturais). A raiz man significa "pensar", enquanto o sufixo tra exprime um instrumento, um recurso de acionamento. O efeito do mantra não depende, por conseguinte, de sua entonação — este é outro mal-entendido amplamente divulgado —, mas sim da atitude mental, das associações conscientes e inconscientes que são criadas através da intuição e dos exercícios a ela ligados”. (Lama Anagarika Govinda, Reflexões Budistas)
Para contar as recitações, geralmente se utiliza um rosário (sânsc. mala, japamala, tib. trengwa / phreng ba) de cento e oito contas. Na prática, considera-se que uma volta do rosário equivale a cem mantras; os oito restantes servem para compensar os mantras recitados distraidamente.
O mantra mais conhecido do buddhismo tibetano é Om Mani Padme Hum (os tibetanos pronunciam Om Mani Peme Hum), associado ao bodhisattva da compaixão, Avalokiteshvara. Nesse mantra, a sílaba Om representa a presença física de todos os buddhas. A palavra Mani, que em sânscrito significa jóia, simboliza a jóia da compaixão de Avalokiteshvara, capaz de realizar todos os desejos. A palavra Padme significa lótus, a bela flor que nasce no lodo; do mesmo modo, devemos superar o lodo das negatividades e desabrochar as qualidades positivas. A sílaba Hum, representando a mente iluminada, encerra o mantra.
“Os mantras nem sempre possuem um significado claro e muitos deles são compostos por sílabas aparentemente ininteligíveis. Mesmo assim, eles são efetivos porque ajudam a manter a mente quieta e pacífica, integrando-a automaticamente na concentração. Eles fazem a mente ser receptiva às vibrações muito sutis e, portanto, aumentam sua percepção. Sua recitação erradica as negatividades grosseiras e a verdadeira natureza das coisas pode ser refletida na claridade resultante em sua mente”. (Lama Zopa Rinpoche, Wisdom Energy)
Fonte Dharmanet : Texto completo

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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Prajnaparamita Sutra

Assim escutei. Certa época, o Abençoado estava em Raiagriha, na Montanha dos Abutres, em companhia de um grande número de monges e Bodhisattvas. Naquela ocasião, o Abençoado estava absorto na concentração dos inúmeros aspectos dos fenômenos, denominada Profunda Iluminação.
Nesta mesma ocasião, também o Superior Avalokiteshvara, o Bodhisattva, o Grande Ser, observava perfeitamente a prática da profunda perfeição da sabedoria, que observa perfeitamente a vacuidade de existência inerente também dos cinco agregados.
Então, pelo poder de Buddha, o Venerável Shariputra disse ao Abençoado Avalokiteshvara, o Bodhisattva, o Grande Ser: “Como se deve treinar um filho da linhagem que queira se engajar na prática da profunda Perfeição da Sabedoria?”
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Refúgio em Buda, no Dharma e na Sangha

É o encontro com a própria natureza búdica. Nos direcionamos para valores realmente confiáveis. Tomamos refúgio no Buda como meta, no Dharma – o ensinamento – como o caminho, e na Sangha realizada – os Bodhisatvas – como nossos amigos e ajudantes no caminho. Estas são as assim chamadas Três Jóias. No Caminho do Diamante tomamos refúgio adicionalmente nas três raízes. A tomada de refúgio com um Lama é o começo ritualístico do caminho. Ele faz uma conexão entre a natureza búdica do aluno e a sabedoria atemporal de um Buda.

Fonte: Site Caminho do Diamante

Prece das Sete Linhas

A Prece Vajra de Sete Linhas é a mais sagrada e importante oração da tradição Nyingma. Esta curta oração contém os ensinamentos externo, interno e secreto dos treinamentos esotéricos do Budismo. Através da prática da Prece Vajra de Sete Linhas de acordo com qualquer destes treinamentos, o resultado deste treinamento particular será obtido.
Leia mais no site Bodisatva